Deusa do Mar: IEMANJÁ

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Deusa do Mar IEMANJÁ - Mystic Attitude

Sabemos muito pouco sobre a origem da vida na terra, o que sim estamos quase todos de acordo é que foi na Água. A Água é como a possibilitadora de vida na terra que não é somente uma evidência científica, ou uma forma politicamente correta de afirmar a nossa dependência a um recurso natural, é também um reflexo de lembranças inconscientes do nosso estado uterino. A religião no geral localizou nos oceanos prévios ao tempo, a origem da centelha vital. A astrologia não é a exceção. Não é Áries quem emerge das profundidades do oceano de Peixes? Não é Câncer, com o seu planeta regente a Lua e a sua Casa IV que nos permite visualizar em uma carta a Origem de uma pessoa, a sua relação com a Mãe, como era a casa em que essa pessoa cresceu, etc?

A Lua canceriana é o símbolo da Maternidade da Água. Da mesma forma, outras tradiçoes espirituais vincularam ao mesmo tempo a Água, a Maternidade e a Lua. Hoje vamos nos aprofundarmos mais no Arquétipo Lunar do panteão yoruba: Iemanjá, cujo dia é celebrado no dia 2 de fevereiro.

Durante o entardecer desse dia, passeando pelas praias do Brasil, Cuba, Uruguai e muitos outros lugares do nosso continente, e você verá centenas de velas acesas em honra da deusa: os fiéis que buscam a sua proteção as acenderam: mas quem é essa mulher que chamam de Grande Mãe?

Iemanjá, que tambiém chamada Yemanyá ou Yemonyá, e inclusive Janaina, é um Orixá feminina fundadora da Santería, Candomblé, Umbanda e outras Afro-Americanas, originária do panteão Yoruba da zona da Nigéria e transladada ao continente americano no período de tráfico de escravos.

Como patrimônio da tradição africanista, é representada como uma mulher negra vestida de azul, celeste ou branco, com grandes seios, que são o símbolo da fertilidade. Graças a influência européia, logo também foi representada como uma sereia. No Sudeste do Brasil,  é uma mulher de pele branca, com longos cabelos negros e lisos e roupa azul, como uma espécie de fada, vestida com uma longa túnica, bem ampla adornada de estrelas douradas. Surgindo das águas, coroada com uma tiara feita de pérolas, tendo no alto uma estrela do amor. Ela aparece mais jovem, com seios pequenos e corpo curvado. É essa talvez a imagem mais reproduzida nos centros de umbanda dos bairros.

Durante toda a noite de 2 de fevereiro, na areia das praias, eles fazem seus elogios, agradecem e pedem por tudo : proteção para a família, fertilidade e segurança para aqueles que trabalham com água. Oferecem presentes e tomam banho nas águas, onde são oferecidas velas e flores, lançadas ao mar em pequenos bancos artesanais. A celebração envolve milhares de pessoas que, vestidas de branco, saem na procissão para realizar os seus trabalhos de devoção na areia. A celebração também inclui o famoso “banho de pipoca”, e as sete ondas dos fiéis, e inclusive seguidores de outras crenças, podem utilizá-la como forma de pedir sorte para a “Mãe de todos”. O seu culto se espalhou popularmente, e foi tomado por muitas correntes espirituais e pessoas, que não importam a sua religião, mas gostam provavelmente da beleza da sua liturgia e a riqueza simbólica de seu arquétipo, que de uma forma ou de outra estão presentes no inconsciente coletivo.

É legendária sua fama como mãe em incontáveis relatos tradicionais, e é descrita como severa e protetora, matrona de formas opulentas e com muitos filhos. Afável, doce, um pouco rígida e com uma relação sumamente maternal com todos que a rodeiam. Como boa matriarca, sempre está tentando influenciar no destino daqueles que estamos sob a sua responsabilidade. Não tolera a mentira, a ofensa, e menos a traição, e dá grande importância à amizade, as coisas corretas, a hierarquia e o respeito. Compartilha com Oxum o poder da gestação e da procriação. Governa sobre as família, criando os vínculos necessários para que a família permaneça unida e em harmonia.

Vela pelos seus filhos, especialmente aqueles que são descendentes de povos escravizados ou imigrantes, que tiver que cruzar as águas por motivos de força maior. Sua importância procede sem dúvida de que, graças a ela, os sobreviventes africanos não pereceram nas bodegas de barcos negreiros. Todos os que se livraram da morte, o primeiro que fizeram ao desembarcar em terra firma foi fazer um altar para a deusa do mar para agradecer que ela não os chamara junto a ela.

Iemanjá é representada por diversos objetos, comidas, ritmos e músicas:

 

Nome Original: (Yeyé: mãe – Omo: filho – Eyá: Peixes)

Sincretismos: Nossa Senhora da Conceição (Brasil 8 de dezembro) Virgem de Regla (santa patrona dos puertos de La Habana, Cuba, 8 de setembro) Stella Maris/ Virgem da Candelária (América Latina, 2 de fevereiro), Nossa senhora dos Navegantes (Porto Alegre, sul do Brasil, no dia 2 de fevereiro de cada ano desde 1870), às vezes também é chamada de Janaína.

Baile: Durante os trabalhos espirituais em que essa deidade é incorporada, seus filhos dançam de forma leve, tranquila e sutil. O ritmo é parecido ao oceano, e Iemanjá dança parecendo que está acariciando as ondas do mar. Além da leveza e da ondulação da água, Iemanjá representa a fertilidade através da sua dança. O gestual das suas mãos acaricia a água. Durante a sua manifestação, costuma utilizar diversos objetos ou ferramentas de cor prata, entre as quais se destaca oadé (coroa), abèbè (leque de metal com ou sem espelho), obé (espada, o faca) entre outros.

Dia: sexta-feira.

Símbolo: a luna, as estrelas, um leque (abebé) de prata ou de latão prateado, redondo e com um peixe ou uma sereia no centro.

Planeta: Lua.

Elemento: água.

Chakra: Primeiro, Segundo, Terceiro.

Número: 8.

Cor: azul/branco/ celeste/ lilás muito claro.

Saudação: omio odo / Odoyá / Odoiá – significa Mãe das Águas.

Atributos: o mar, a casa e a  família—

Patrona: Rainha do mar, representante da fertilidade, grande protetora do lar e da família, dos barcos, dos pescadores.

Oferendas: Cangiga branca em forma de estrela de oito pontas. Comidas: pratos preparados com base de milho branco, azeite, cebola e sal. Mel, salsinha e coco. Flor: cravos brancos, rosas brancas, jasmim, lírios, orquídeas brancas, flores de azahar, magnólias, hortências.

Animales: Cabra, galinha branca, pombas brancas.

Objetos: remo, timão, âncora, aliança, conchinhas de todas os tipos, moedas, peixe, espelho, coração, pedras marinhas guardadas em uma porcelana azul.

Frutas: coco, uva branca, melancia, pera, cana de açúcar, cereja.

Ervas: lavanda, verbena, manjericão, palmeira de coco, peral, cerejeira.

Metais: prata, estanho.

Espíritos da naturaleza: sereias, ondinas.

Partes do corpo: Ventre, cabelo, braços, ossos dos braços, ossos da cintura pélvica.

Lugares: na beira do mar, ou dos rios, ou mesmo dentro da água.

Características predominantes da personalidade com a sua regência: Os filhos têm grande importância na vida de alguém que possua esse arquétipo como parâmetro da personalidade, e a relação com eles pode ser carinhosa, mas nunca irão se esquecer de conceitos como respeito e hierarquia. Apesar de terem um certo gosto pelo luxo, não são pessoas muito ambiciosas nem obcecadas pela sua carreira. Se dedicam mais pela parte cotidiana, sem fazer planos para atividades a longo prazo. Vínculos maternais com todos as suas pessoas mais próximas, boa memória, um pouco ressentidos, e tentam solucionar a vida de quem as rodeiam sentindo que estão “debaixo da sua responsabilidade”. Não toleram a mentira nem a traição. Por isso, seus filhos demoram em confiar em alguém, e quando por fim aceitam a essa pessoa no seu verdadeiro círculo de amigos, não esquecem se ocorre uma ofensa ou uma traição. Fisicamente, existe uma certa tendência para a figura “arredondada”, assim como nos Cancerianos. Um olhar calmo (apesar de certa tendência a se irritar de forma súbita), também faz parte dessas características. Nas mulheres, é possível que os seios sejam grandes ou até caídos de forma precoce. Problemas vinculados com o sexo masculino, devido a sua qualidade de progenitora única, em alguns momentos inimiga ou até traída pelos homens.

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